sexta-feira, 22 de maio de 2015

Olhando pra eternidade


         Nós, cristãos, sabemos muito bem de onde viemos e para onde vamos após a morte. Até mesmo descrentes ou neófitos sabem que o Cristianismo prega que os santos irão para o céu e os ímpios para o inferno. Crescemos e somos até incentivados pela cultura de "ser bonzinho" pra ir para o céu. Faz parte da nossa cultura crer nisso.
         O que esquecemos muitas vezes é a maneira pelo qual devemos nos portar diante da realidade de que somos forasteiros nessa terra (I Pe 1.1, 2.11;) vai MUITO além de palavras e sentimentos. Ao saber que nossa real pátria não é essa (Fp 3.20) devemos desapegar das coisas desse mundo, e esse desapego deve feito com alegria e esperança no porvir.
         Diante disso, posso citar alguns resultados que a real percepção da eternidade nos causa:
      1- Saber que não somos dessa terra nos faz desapegar das riquezas.
         Quando entendemos realmente que nenhuma riqueza nesse mundo se compara à riqueza que teremos de estar ao lado de Cristo por toda a eternidade e o que nada disso importa na eternidade, somos mais desapegados ao dinheiro, somos atenciosos às necessidades materiais do nosso irmão e somos menos avarentos. Isso não quer dizer que não devemos trabalhar. Pelo contrário! Devemos ser exemplos no nosso trabalho. Mas quando se tem o entendimento de que a maior riqueza desse mundo não são as posses, o salário justo que um pai de família ganha com o seu suor será gasto de maneira que agrade a Deus, inclusive ajudando aos mais necessitados. 
     2- Crer que passaremos a eternidade com Cristo nos faz mais longânimos, pacientes e esperançosos durante as perseguições. 
         Quando estudamos a história da igreja, desde o antigo testamento até a reforma protestante, não podemos deixar de nos sentir tristes por todos os mártires e ao mesmo tempo admirados pela forma que nossos irmãos em Cristo passaram por isso. Cristãos foram apedrejados, crucificados, decapitados, queimados vivos... Mortes, mortes e mais mortes. O que mais me chama a atenção é a forma como nossos irmãos encaravam a morte. Muitos morriam ou eram torturados cantando a Deus, pacientes. O "segredo" disso era que eles sabiam que esse mundo é transitório. Eles morriam alegres por saber que estavam morrendo por causa de Cristo e que iriam para Ele! Quando entendemos isso também, somos mais alegres durante as dificuldades pois sabemos que além das dificuldades serem um método que Deus usa para nos moldar, elas são passageiras!
  3- Saber que nossa alma é eterna nos faz cuidar mais dela do que de outras coisas.
         Sei que ter a disciplina de cuidar da nossa alma é um dos problemas enfrentados por muitos irmãos em Cristo, inclusive meu. Mas quando entendemos que nossa alma é eterna, não só dedicamos mais tempo em cuidar disso como nos preocupamos com o estado da alma dos outros, ou seja, evangelizamos. A consequência de cuidar da nossa alma é agir de forma condizente com a que Deus requer de nós.
         Quando vemos que este mundo é apenas transitório, conseguimos abandonar as paixões desse mundo, conseguimos ver que as riquezas desse mundo não são nada comparadas á eternidade com Cristo. Todo sofrimento é transitório, toda riqueza ficará. Quando entendemos que nossa pátria não é aqui desapegamos das coisas desse mundo, adoramos a Deus em verdade, nos alegramos nas tristezas e somos fortes nas fraquezas. Quando entendemos pra onde vamos cuidamos muito mais da nossa alma, cuidamos muito mais em pregar o evangelho, em andar conforme Deus quer. 
         Por isso, não podemos deixar de rogar a Deus como Jonathan Edwards: Oh Deus, grave a eternidade nos meus olhos!

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